Hoje acordei cedo, fui tomar café com o pessoal de Curitiba
que conheci ontem, no café fiquei sabendo que o cara que atropelou o cachorro
(desculpe mas não lembro o nome), estava desistindo da viagem, pois o pé estava
doendo muito e estava com medo de não conseguir segurar a KTM no rípio, caso
precisa-se segurar com o pé. É uma pena, pois vinha planejando a viagem a dois
anos.
Os outros dois (Marcos e Flávio)seguir viagem sozinhos e combinamos que
iríamos juntos por 100kms onde entrariam a direita rumo a General Villegas e eu seguiria reto, pegando a Ruta 5.
Falei ontem que eles estavam com uma KTM, uma GS 800 e uma
650, na realidade era uma GS 800 e uma Triumph.
O Marcos, piloto da Triumph, amigo do da KTM e ele me
falou que foram uma série de acontecimentos, primeiro o cara da KTM já tinha,
no mesmo dia, batido num carro e caído, mas nada sério, depois chegou perto do irmão de Triumph para falar
com ele e não calculou a distância corretamente e bateu mala com mala, jogando
a mala da Triumph longe, para terminar,
atropelou o cachorro e eu achando que tinha tido um dia difícil quando derrubei
a moto.
Combinamos de ver se vamos fazer o trajeto da carreteira
austral juntos, vou esperar para
encontrar o Tadeu em Osorno e ver o que faremos, vamos nos falar por telefone.
Depois de me separar deles, entrei na Ruta 5 e fui
apresentado ao tal vento patagônico, bicho feio, mas acredito que ainda não foi
o mais forte, depois de um tempo acostuma, mas foram retas e mais retas e um
calor que começou com 26 graus e terminou com 39 e o sol na cara a tarde toda.
Num posto em General Acha, encontrei mais um casal de
Brasileiros, também numa Adventure, mas já estavam voltando, me falaram que na
Ruta 157 estava com falta de combustível, mas que se eu saísse do posto com o
tanque cheio não teria problemas, pois no último posto da Ruta teria
combustível, esta Ruta é uma reta só, com calor de 39 graus, só acelerando para
passar rápido e não dar sono, conclusão, cheguei no posto com autonomia de 90
kms, só que também tinha terminado a nafta, e o próximo posto a 140 kms.
Encontrei neste posto 2 Argentinos com duas Fazer 250, até
pelego (lã de ovelha) tinha no banco e eles estavam com combustível extra nos
tanques encima do banco, mas conversa vai, conversa vem, eles não se
candidataram a me vender nafta, nisso vejo uma ambulância encostar no posto e o
frentista abasteceu. Fui lá falar com ele e ele me disse que estavam
abastecendo 100 pesos somente para emergências.
Com o famoso jeito brasileiro, expliquei o "meu caso de
emergência" e consegui 100 pesos de combustível, algo em torno de 8,5
litros, salvou a pátria.
Quando chegou nos tal 140 kms, o primeiro posto sem
combustível, o segundo também, daí resolvi entrar numa cidadezinha que não
lembro o nome e achei um posto que estava abastecendo com uma fila grande, não
teve jeito, fiquei na fila, abasteci e para não atrapalhar puxei a moto para
sombra para pegar dinheiro e pagar e adivinha: Chão de novo, coloquei o pezinho
(achei que tinha colocado) e soltei a moto, quando tentei segurar já era tarde,
mas vendo do lado positivo, estou evoluindo, desta vez caiu pro outro lado e eu
consegui ficar de pé, ainda cai num lugar cheio de gente para ajudar a levantar
a moto.
Sempre falo que errar e humano mas repetir é burrice, mas no
meu caso teve uma evolução, eu não cai, foi só a moto e cai num lugar com gente para ajudar, espero que meus tombos sejam todos
desse jeito.
Agora tenho um propósito, que é: Tentar ficar dois dias sem
cair.
Com a moto abastecida fui para estrada novamente, tinha para rodar no
dia 1130kms, mas pensei em parar antes, só que como o sol se põe as 21:00 horas
daqui, 22 do Brasil, acabei aproveitando que o calor diminuiu e resolvi andar e
procurar um hotel bom para dormir.
Passei por Neuquém as 19:30 e achei a cidade muito grande
para dormir, no dia seguinte ia dar trabalho para sair e estava com um vento
mais forte que na Ruta 5, parado no semáforo, quase não conseguia segurar a
moto.
Andei mais um pouco e num entroncamento que tinha, acendeu
uma luz no painel da moto, fui ver e era um aviso que o pneu traseiro estava
com 27 de pressão, desci da moto e usei o estivo gaúcho de medir a pressão, dei
um pontapé no pneu e me pareceu normal, chutei o da frente também e parecia
igual, pensei comigo: tá com defeito esta tecnologia da BMW, vou embora assim e
vejo no que dá.
Andei mais uns kms e mudou de 27 para 26 aí pensei: tá com
defeito o jeito gaúcho de medir a pressão, e noite chegando. Lembrei que tinha
perdido meu kit de conserto de pneus quando abriu a tampa e comecei a ficar
preocupado, mudou novamente o status para 25, aí apareceu uma vilazinha e resolvi entrar,
dei de cara com um hotelzinho ajeitadinho, falei com o proprietário perguntei
se existia alguma gomeria por perto e ele me disse que entrando a uns 1000
metros tinha um, se tivesse fechado era só bater que morava na casa ao lado,
agradecido já perguntei se tinha quarto e quanto era, disse que tinha e era 360
pesos falei que voltava, mas achei caro pelo estilo e não tinha janta e eu
estava morto de fome e não tinha o que comer por perto.
Achei a gomeria, resolvi o problema e me fui para Picun Leofu,
onde o cara da gomeria disse que tinha hotel, fui até lá mas o melhorzinho
estava lotado, não tive coragem de ficar e resolvi rodar mais 130 kms até
Piedra del Aguila que era meu destino, achei que lá poderia escolher o hotel,
cama boa e wi fi, tudo que precisava e vamos para estrada de novo, cheguei
depois das 23 horas e para minha surpresa era um cidadezinha muito pequena e
não tinha hotel bom e o mais o menos, estava lotado, resolvi jantar primeiro e
encontrei no "restaurante", quatro motociclistas de Santa Catarina
(sou ruim de guardar nomes) mas são do moto clube - Moto Grupo Cães do Asfalto
de São Miguel do Oeste (www.motocao.com.br), jantamos junto, papo bom, boa
cerveja e a mulher do restaurante disse que tinha quartos para alugar e ficava
uns 1500 metros do local.
Paguei 260 pesos por um quarto que vocês verão a
foto abaixo e não quis pagar 360 num que perto desse era 5 estrelas.
Vejam bem, não estou reclamando, faz parte da viagem e das
histórias para contar, mas que é ruim é!
Bom 1130 kms rodados no dia, bunda doendo e vamos dormir
(tentar), amanha acho que começa a viagem propriamente dita!
legal,queria ter a sua coragem e oportunidade,cair faz parte levantar so para os fortes,sempre bom ter gente por perto,na próxima viagem vamos comprar mais arameeeeee.vai que presisa. bom passeio que o PAPAI do ceu os acompanhe ABRACO HERIVELTO.
ResponderExcluir