Hoje saímos as 8:20 com destino a Balsa, que pegaríamos as
11:00 horas em direção a Cochrane, onde novamente dormiríamos antes de passar
para Argentina.
Antes da sair tive que emprestar o compressor de ar para o
Marcos, o pneu dele havia furado no dia anterior, levou num borracheiro da
cidade que atende na sala de sua casa, mas só conseguiu entortar o aro da moto
dele, o pneu continua vazando, pouco mas
está vazando.
Antes de ir para Cochrane, passamos por Caleta Tortel, uma
cidadezinha de 430 habitantes que vive da madeira.
No trajeto de O'Higgins até a balsa, não encontramos nenhum dos
casais com os filhos no caminho, provavelmente ainda estavam acampados, pois a
noite eles entram na mata perto de alguma água e se instalam para se proteger
do vento.
A balsa foi pontual, quando estávamos esperando chegou um
caminhão de combustível, tinha descarregado em O'Higgins, na direção o Jose
Júnior, dono do posto Petrobrás que o Marcos estava conversando quando chegamos
em Cochrane, o posto de O'Higgins é dele também.
Falamos um pouco com ele, mas estava mexendo nos freios do
caminhão, pois estava com problemas de vazamento de ar, nisso começaram a
carregar a Balsa, entram primeiro bicicletas, depois os veículos, caminhões e
por último as motos.
Estávamos conversando dentro da Balsa, na parte superior,
que é fechada, pois estava muito frio, saímos de O'Higgins e a temperatura era
em torno de 8 graus, nisso o Jose chegou e perguntou se tínhamos fita isolante,
falei que sim e fui na moto pegar, tive que descarregar toda mala traseira até
chegar na caixa de ferramentas onde tinha a fita, entreguei para ele, conseguiu
fazer o conserto e me devolveu a fita, falou que quando chegasse a Cochrane me
compraria uma nova, falei que não precisava, agradeceu e já estava na hora de
descer da balsa.
Fomos direto a Caleta Tortel, da Balsa dá uns 53 kms, quando
lá chegamos já fomos convidados a comer num restaurante que fica na subida de
um morro, estávamos com fome e aceitamos, pedimos para deixar a roupa e
capacetes lá e fomos caminhar pela cidade antes do almoço.
A cidade se caracteriza pela venda de madeira, e como lá
madeira não é problema, construíram passarelas de madeira por toda costa e
também pela cidade, não existe rua, tudo é pela passarela, tivemos que deixar
as motos na entrada da cidade e para conhecer, somente a pé.
Um lugar diferente e muito bonito, vale a pena a visita.
Tiramos muitas fotos, almoçamos e como todos dias nesse
horário demos muita risada, o que não falta é assunto.
Depois de comer muito bem, fomos para Cochrane, nesse
trajeto tive um problema, ascendeu uma luz vermelha no painel com sinalização
do freio ABS, tentei frear e a moto quase passou reto na curva, e o pneu
arrastando, coisa que não poderia acontecer com o ABS, depois do susto segui mais
devagar, fiquei preocupado.
Quando cheguei a Cochrane o pessoal já estava me esperando
na entrada da cidade, expliquei o que aconteceu, mas antes de resolver isso,
tínhamos que achar um lugar para trocar dinheiro para poder abastecer e pagar o
hotel que não aceita cartão! Tentamos em vários locais diferentes e nada,
ninguém troca nem sabe quem troca, fomos num posto da Copec abastecer com
cartão, pois pensamos que o posto do Jose não aceitava cartão, mas aceita.
Depois de abastecidos, continuávamos com o problema do
dinheiro, pois tínhamos que pagar o hotel, foi quando o Marcos lembrou do José,
e nos fomos atrás dele, já tínhamos decidido que se ele não tivesse como
trocar, iríamos para o hotel, nos
instalaríamos e amanha pagaríamos em dólar, aí ou aceitavam ou não
receberiam.
Felizmente chegamos no posto do Jose e ele muito atencioso,
prontamente se prontificou a trocar e ainda por cima, nos convidou para tomar
uma cerveja num restaurante do centro, fomos para lá, o Marcos, Jairo e eu,
mais o José pai e José filho, o Tadeu já tinha ido para o hotel dele enquanto
estávamos tentando trocar o dinheiro.
São duas pessoas muito simpáticas, o pai é policial
aposentado e o filho ex-policial, muita conversa, muita risada, muita bobagem
mas também algumas informações interessantes, ao ser questionado por que dá
antipatia do povo Chileno com o Argentino, nos explicou que anos atrás, o Chile
estava em guerra com a Bolívia e Peru, todas as tropas estavam mobilizadas para
esta questão, segundo ele, foi quando a Argentina se aproveitou da situação e
tomo posse de terras que eram Chilenas e hoje são Argentinas, praticamente todo
sul, inclusive o Ushuaia.
Falamos de futebol e aproveitei para dar uma bandeira do
Brasil para o Sr. Jose (pai).
Graças a uma conversa do Marcos, pois ele conversa até com
árvore se não tiver com quem conversar, e por ajudá-lo com a fita isolante,
conseguimos resolver um problema e ainda fomos agraciados com cerveja e comida,
tudo pago pelo Jose Júnior, quem vier a Cochrane não pode deixar de abastecer
no posto Petrobrás e ele aceita cartão.
Depois fomos para o hotel e amanha a previsão é sairmos as
7:00, voltamos para a Argentina com destino a El Calafate.
http://youtu.be/wSkkIyd7SGo
http://youtu.be/wSkkIyd7SGo
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